Na última segunda-feira, 20 de outubro, a Associação Comercial da Zona Sul sediou uma palestra conduzida pelo coronel Francisco Neto, comandante do 1º Batalhão da Polícia Militar, sobre o programa Muralha Paulista — iniciativa que integra câmeras, leitores automáticos de placas e inteligência artificial para restringir a mobilidade criminal e ampliar a eficácia das ações de segurança pública.

O evento contou com a presença de lideranças locais, empresários, conselheiros comunitários e representantes da diretoria da SAJAPE, que acompanham de perto as iniciativas voltadas à melhoria da segurança nos bairros de Jardim Petrópolis, Cordeiro, Flórida e Estados — área de atuação da associação na região sul da capital.

Durante sua fala, o coronel Francisco Neto agradeceu à superintendente Marta, ao coronel Rodrigo Vilardi, ao primo Guto, bem como a empresários, delegados e membros dos Conselhos Comunitários de Segurança (Conseg). “Não se tem comunidade sem segurança e não se faz segurança sem a comunidade”, afirmou, reforçando que a cooperação entre sociedade e polícia é essencial para resultados duradouros.

Com ampla experiência na área de inteligência policial, o coronel Francisco Neto destacou a importância do registro de todas as ocorrências — mesmo as de menor gravidade — para a geração de dados que alimentam o planejamento estratégico das forças de segurança.

O Muralha Paulista, explicou, é uma política pública de Estado, sem viés partidário, construída sobre três pilares: restringir a mobilidade criminosa, aumentar o custo do crime e elevar a probabilidade de prisão.

O coronel Rodrigo Vilardi apresentou resultados práticos obtidos com o programa, como o crescimento expressivo no número de prisões, a recuperação de celulares roubados e a queda consistente nos índices de roubo e furto na região. Ele também detalhou o conceito de “economia do crime” — segundo o qual o infrator age com base em risco e benefício — mostrando como a tecnologia eleva o risco e desestimula o delito.

O projeto Muralha Paulista foi implantado em fases:

  1. Integração de câmeras governamentais e reconhecimento facial na região central;

  2. Conexão com sensores de rodovias, prefeituras e concessionárias;

  3. Inclusão de câmeras particulares, conectadas gratuitamente por meio do portal https://www.muralhapaulista.sp.gov.br/

  4. (Em desenvolvimento) Aplicação de algoritmos de inteligência artificial com alertas automáticos e reconhecimento de placas e rostos.

Moradores, condomínios e comércios podem participar do programa sem custo de instalação, bastando cadastrar suas câmeras particulares no portal. O suporte técnico é oferecido via WhatsApp pelo número (11) 9 4541-8124 (Auxílio Muralha – 1º BPM).

Os dados apresentados comprovam o impacto da iniciativa: 90 mil prisões por mandado em 2024 (crescimento de 50% em relação a 2022), queda de cerca de 40% nos roubos na zona sul, mais de 10 mil celulares recuperados e flagrantes remotos que reduziram o tempo de registro de até dez horas para apenas duas.

O programa também atua em parceria com prefeituras e subprefeituras no combate a hospedarias irregulares, estabelecimentos sem alvará e locais de uso de drogas, fortalecendo a governança local em distritos como Capela do Socorro, Santo Amaro e Campo Belo.

Encerrando o encontro, o coronel Francisco Neto ressaltou que a segurança pública é uma responsabilidade compartilhada entre governo e cidadãos, e que a adesão da comunidade é decisiva para o sucesso do programa.

Cada câmera conectada é um elo a mais na rede de proteção. Quando a sociedade participa, o crime perde espaço”, destacou o comandante.

A diretoria da SAJAPE reafirmou seu compromisso em apoiar ações conjuntas que fortaleçam a prevenção e a sensação de segurança nos bairros de Jardim Petrópolis, Cordeiro, Flórida e Estados, reforçando que iniciativas como o Muralha Paulista contribuem diretamente para a qualidade de vida e o bem-estar dos moradores da região.

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